Por Emmanuel Nicodemos;
Muitos já devem ter ouvido falar das “cobras de duas cabeças” ou das “cobras-cegas”, na verdade este animal não aberração da natureza como muitos pensam. Além de não ter duas cabeças este animal não é considerado uma serpente, na verdade é um anfisbênio. Olhando com atenção é possível visualizar a diferença entre a cabeça e a cauda.
Os anfisbênios possuem hábitos fossoriais, ou seja, subterrâneos. Eles fazem um importante papel ecológico, pois, eles constroem galerias subterrâneas com o próprio corpo e fazem com o que o oxigênio tenha uma melhor distribuição no solo. Esse processo é chamado de areação, deixa a terra mais fértil, ou seja, produz melhores condições para o desenvolvimento das plantas.
Os anfisbênios não atacam as pessoas e não possui veneno, e também não gostam de ser incomodados, eles possuem um conjunto de dentes especializados para rasgar os alimentos e podem ser usados para se defender, causando uma mordida dolorida. São carnívoros e alimentam-se de pequenos insetos que penetram em seus túneis, e também com menos freqüência caçam na superfície.
O anfisbênio é um réptil ovíparo (que põe ovos), é um parente das serpentes e dos lagartos, mas não é um lagarto nem uma serpente, eles possuem um grupo só seu de repteis fossoriais. Ou seja, são escavadores e adaptados a viverem debaixo da terra. Possui um crânio muito duro e extremamente resistente para forçar a terra abrindo galerias subterrâneas.
Curiosidade
O nome anfisbênio tem ligação com a mitologia grega, que podem ser pronunciados Anfisbena (Plural: Anfisbenas), Anfisbênia, Anfibena, Anfisbênio, Amphisboena, Amphisbaena, Anfista, Anfivena, que significa "que vai em duas direções", do (amphis), que significa "ambos os caminhos", e (bainein), que significa "ir", também chamado a Mãe das Formigas, é uma serpente mitológica, que se alimenta de formigas e com uma cabeça em cada ponta. Segundo a mitologia grega, a Anfisbena nasceu do sangue que gotejou da cabeça de Górgona Medusa quando Perseu voou por cima do Deserto da Líbia, com ela em suas mãos. Foi então que o exército de Cato encontrou-a junto com outras serpentes em sua marcha. A Anfisbena alimentou-se dos cadáveres deixados para trás. Ela já foi citada por vários poetas e historiadores.
A anfisbena da mitologia grega é descrita como uma cobra venenosa, de duas-cabeças. Nos desenhos medievais as anfisbenas são mostradas com dois ou mais pés escamosos, parecidos com pés de frango e asas emplumadas, que chegam a lembrar “dragões”. Em alguns densenhos apresentam chifres que se assemelham ainda mais com os dragões, com rabo de cabeça-de-serpente e orelhas pequenas e arredondadas, enquanto outras têm os dois “pescoços” do mesmo tamanho. Em alguns relatos dizem que as anfisbenas incandescem os olhos como luz de velas ou como relâmpago.
Mas fora da Mitologia os anfisbênios, são simpáticos répteis fossoriais que fazem um ótimo trabalho biológico no solo e são inofensivos.