quarta-feira, 11 de maio de 2011

A troca de pele das serpentes

10/05/2011
Por Emmanuel Nicodemos;

A pele das serpentes é sua armadura, sua proteção e é sempre trocada porque o animal precisa crescer, esse processo pode ser chamado de muda ou ecdise.


Fonte das imagens: Livro John Stidworthv – Serpentes (Série Prisma – Edições Melhoramentos - Editora da Universidade de São Paulo), págs. 20 e 21.

As serpentes são cobertas por escamas queratinizadas, a queratina está presente em diversos animais, em formas de unhas, pelos, escamas,cascos e chifres. A pele das serpentes após algum espaço de tempo, desgastam, sendo substituída por uma nova camada de pele. O modo em que ocorre essa mudança é incrível, pois há uma enorme diferença da forma em que ocorre em nós humanos, pois, na medida em que sofremos desgastes na pele produzimos continuamente queratina subepidermal, ao mesmo tempo em que a queratina externa se desgasta, ou seja, não conseguimos observar claramente quando ocorre esta mudança. Já nas serpentes essa mudança é bem clara, pois ela produz uma nova camada completa, a nova epiderme se desenvolve debaixo da antiga camada, e o processo só se completa quando a nova camada está completamente formada, inicia-se então o processo de abandono da antiga epiderme. Quando está prestes a perder a antiga epiderme as serpentes segregam um fluído entre as duas peles, que por ação deste não se tocam, dando ao animal uma aparência leitosa. Os olhos das serpentes são um dos primeiros locais onde pode-se, observar quando está prestes a ocorrer a muda de pele, pois o fluido leitoso cobre as pupilas, causando grandes dificuldades na visão do réptil durante esse período. O processo de troca de pele pode durar até 07 dias.
Para iniciar a muda de pele as serpentes procuram locais ásperos onde possam se esfregar, iniciando-se pela cabeça, até que a pele ao redor dos lábios se rasgue, esfrega em movimentos contínuos até retirar por completo a antiga epiderme. Às vezes pode acontecer da pele antiga sair aos pedaços, mas na maioria das vezes a pele sai por completo, essa pele é um molde perfeito da serpente, porém sem cor, transparente e meio que esbranquiçada, pois, as células pigmentadas continuam na derme, que nunca se muda, pois o que saiu foi a epiderme.
Após a ocorrência da troca de pele, a coloração das serpentes fica completamente renovada com cores mais vivas, a medida que os dias vão passando essa pele vai se desgastando novamente e as cores aparecem menos, até que o processo de muda ocorra novamente.

Fonte da imagem: www.zoopets.com.br


CURIOSIDADES DA ECDISE

Como muitos imaginam aquele chocalho, formado por guizos, causador de um som característico presente nas viperídeas, crotalus (cascavéis), não é um indicador de idade do animal. Aquele chocalho é sim formado pela epiderme ressecada que não se desprende daquela parte da cauda quando ocorre a troca, porém não é correto dizer que um guizo é referente a um ano do réptil.
O chocalho presente na extremidade da cauda das cascavéis (Crotallus) é utilizado como defesa em forma de intimidar outras espécies. As cascavéis utilizam seu chocalho vibrando a cauda que gera um ruído bem característico, um ruído de vibração. Esse chocalho é utilizado em forma de advertência, para hesitar outros animais em atacar ou em forma de advertência para evitar que seja pisoteada.

Fonte da imagem: Livro John Stidworthv – Serpentes (Série Prisma – Edições Melhoramentos - Editora da Universidade de São Paulo), pág. 141.

As cascavéis ao nascerem apresentam uma escama dura em forma de um botão presente na ponta da cauda, quando ocorre a primeira muda de pele esse botão é perdido e substituído, na segunda muda de pele elas não perdem esse botão, pois ele serve de apoio para a formação dos guizos, sendo assim nas mudanças seguintes vão se formando um apêndice na cauda com vários segmentos. Esse segmentos são compostos de epiderme ressecada ou seja, tecido morto, seco e oco, que em momento de alerta do animal produz o som.
Geralmente as mudas de pele das Cascavéis ocorrem cerca de três vezes por ano, mas depende de vários fatores. Alguns livros trazem que o segmento final do chocalho perde-se quando atinge mais de 07 segmentos.
Em outras serpentes a cauda também é utilizada mas não possuem chocalho, como em acontece em alguns ofídios que agitam a cauda na copula quando excitadas, como as surucucus (Lachesis muta), mas somente as cascavéis possuem o chocalho.
A pele não é mudada em intervalos regulares, a muda ocorre com uma variedade de fatores, como saúde, temperatura do meio em que vive determinada espécie, hibernação e quantidade de alimento ingerido. Normalmente as serpentes trocam de pele três ou quatro vezes por ano, esse número pode ser alterado quando se trata de espécimes mais jovens ou de diferentes espécies, tem-se exemplo de espécies que trocam de pele apenas uma vez ao ano.
Concluí-se que as alterações climáticas, os diferentes habitats, a alimentação, saúde e o desgaste são fatores que podem influenciar diretamente na troca de pele das serpentes tal como as diferentes espécies e que o chocalho das Crotalus não tem referência alguma com a idade do animal.

Pele de aproximadamente 2 metros de comprimento encontrada durante uma aventura da equipe Limite Vertical e equipe Verde Oliva Adventure à 38km de Unaí-MG., na mineradora UNICAL. 


Referências Bibliográficas:

STIDWORTHV   John; Serpentes - Série Prisma – Edições Melhoramentos - Editora da Universidade de São Paulo), pág. 141.
Acessado em 10/05/2011 às 15:32
http://www.zoopets.com.br/serpentes/peleserpentes-camaleao-iguana-iguanaverde-comprar-venda-zoopets.htm                                                       
Acessado em 10/05/2011 às 16:10





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