sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Bico-doce (Ameiva ameiva)



Fotos: Emmanuel Nicodemos


Ordem: Squamata
Família: Teiidae
Nome popular: Bico-doce
Nome em inglês: Jungle runner
Nome científico: Ameiva ameiva
Distribuição geográfica: Do Panamá até o sul do Brasil e norte da Argentina
Habitat: matas e cerrados, sendo comum em áreas alteradas pela ação do homem
Hábitos alimentares: Onívoro, se alimentando desde insetos até vegetais
Reprodução: 2 a 6 ovos por postura, que eclodem entre 60 e 90 dias de incubação
Período de vida: de 5 a 10 anos.

O Bico-doce (Ameiva ameiva), trata-se de um lagarto de médio porte que pode alcançar 55 centímetros de comprimento total. Espécie ainda comum pode ser encontrada no Panamá e em quase toda a América do Sul. Adapta-se bem em qualquer local com vegetação aberta, inclusive em clareiras de mata.
Em alguns lugares este esperto lagarto recebe o nome de calango-verde ou jacarepinima. Rápido em seus movimentos procura manter-se escondido junto à folhagem, camuflando-se bem graças ao colorido de sua pele. Possui hábitos diurnos e terrícolas, ou seja, prefere ficar no chão, evitando subir em árvores e arbustos. Passa a maior parte do dia aquecendo-se ao sol, pois depende disso para elevar a sua temperatura corpórea que, facilmente, pode chegar a 35°C.
Na procura de alimento ele sai mechendo com o bico entre a serraplilheira, pode ser por esse constume que veio o nome bico-doce. Esta espécie é onívoro generalista, ou seja, come de tudo, desde formigas até aracnídeos, ovos e até alguns tipos de vegetais.
O bico-doce tem um hábito curiosos de limpar a boca raspando-a contra alguma superfíce dura. Entre os seus principais predadores estão várias serpentes, o lagarto teiú e certos gaviões.
No acasalamento, o macho persegue a fêmea e quando a alcança, posiciona-se sobre ela, mordendo a sua região nucal. Algumas semanas após o acasalamento, a fêmea deposita entre 2 e 6 ovos no meio do folhiço. Se tudo correr bem, os filhotes nascerão após cerca de dois a três meses de incubação.
Muito interessante que encontrei este Bico-doce em minha casa, escondendo-se de um gavião-carcará que queria predá-lo, chegou até a fazer pequenas feridas na barriga e pescoço. Mas mesmo assim não perdeu sua agilidade, para conseguir capturá-lo tive de correr a casa enteira até consegui encurralar ele, e peguei com o auxílio de um cambão. Fotografei e depois soltei o animal em um lote vago próximo à minha casa.
Foi um presente para mim este encontro, pois quando estou em contato com este bicho pareço estar em outro plano, em outro espaço. Tenho que admitir que sem a ajuda da minha namorada Elisangela, seria complicado pegar ele pois é muito ágil mesmo, e fiquei impressionado com a força deste pequeno animal. Interessante esta força pois sem ela ele não conseguiria se livrar do Carcará. Isso que eu chamo de seleção natural!




Fotos: Elizangela Ferraz Pazinato

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

SERPENTES NÃO SÃO SERES MALIGNOS, PELO CONTRÁRIO, SÃO DE GRANDE IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA

As serpentes surgiram no período Cretáceo, mas se diversificaram e conquistaram diversos ambientes, isso só aconteceu após o desaparecimento dos dinossauros, há cerca de 65 milhões de anos.
Atualmente contam com cerca de 3.000 espécies no mundo, e esse número vem aumentando supreendentemente devido a inúmeras pesquisas que vem sendo desenvolvidas nos últimos anos.



As serpentes de uma forma generalizada, sempre foram taxadas como seres malignos e tratas com indiferença e muita crueldade. Existe uma antiga crendice popular que inclui esses animais como malignos e isso não passa de um ódio sem sentido. A maioria das serpentes são dóceis e medrosas, quando atacam estão somente em posição de defesa. Imagine só, quando nós seres humanos somos atingidos de alguma forma, tentamos a fuga, ou enfrentamos, e é isso que as serpentes fazem.
Um dos motivos que fazem o homem atacar as serpentes assim que avistadas é a capacidade de envenenamento desses animas, mas o interessante é que a maioria delas são inofensivas. Uma das serpentes mais citadas nestes históricos míticos é a Sucuri (anaconda), que ao contrário do que contam não causam acidentes graves em humanos, pelo contrário, elas que são atacadas e mortas quase sempre que avistadas.
Devido a urbanização constante e a intensa devastação  natural, o contato das serpentes com os humanos vêm aumentando muito, principalmente na região da Amazônia Legal, devido a implantação das grandes lavouras, desmatamento e escassez de alimento, e a implantação de grandes lagos artificiais de usinas hidrelétricas, e esses fatores podem a médio e longo prazo, ocasionar a extinção de diversas espécies.
Quando os humanos se aproximam as serpentes reagem com imobilidade, em conjunto com a camuflagem de pele, e esse conjunto faz com que passamos despercebidos por elas, o que pode resultar em acidente, por exemplo, se pisarmos nelas. Mas tudo isso é simplesmente um mecanismo de defesa.
Obs.: Pensem bem, não vamos destruir nossa fauna, não matem as serpentes! Preservem!  Se aparecer uma serpente em sua residência entre em contato com a polícia ambiental para o recolhimento do animal.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Técnicas de captura e subjugação de presas (predação de serpentes) COMENTÁRIO

Interessante um artigo que li sobre a diversidade de táticas de captura e de subjugação de presas de serpentes. As principais táticas são a imobilização das presas , que são características de serpentes constrictoras (que abatem por constrição) como as jibóias e a outra tática é a inoculação de substâncias tóxicas (envenenamento), a tática de envenenamento é observada em serpentes Viperidae que são principalmente rodentivoras, que às vezes modificam sua dieta ao passar para o habitat arborícola, aí mudam a dieta tornando-se avívoras, como é o caso da endêmica Bothrops insularis (Jararaca Ilhoa, endêmica da ilha de Queimada Grande).
Existe também serpentes que utilizam das duas técnicas de captura e subjugação simultaneamente, como é o caso de serpentes como Oxyrhopus trigeminus (Falsa Coral), essas serpentes são colubrídeos, com dentição opistóglifa, que utilizam a constrição e também inoculam substâncias tóxicas no ato da “mordida”.
Muito interessante também sobre a Jararaca e B. jararacussu que quando filhotes apresentam ser anurófagas (dieta restrita a anuros), várias espécies desta família agem com uma diferente estratégia de subjugação que é denominada espreita. A técnica de espreita consiste em dar o bote e em seguida a soltura da presa, após a fuga da presa, o predador faz o rastreamento  e logo após achar a presa morta realizam a ingestão.
Muito interessante o comportamento predatório das serpentes, cada dia que passa estou mais interessado a me dedicar a herpetologia.

Obs.: Qualquer dúvida que eu possa solucionar ou mesmo pesquisar para responder, estarei à disposição.
Fonte da Foto: http://www.flickr.com/photos/45773300@N02/4508889714/sizes/l/in/photostream/ 

domingo, 14 de agosto de 2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Jararaca Verde (Bothriopsis bilineata)

A Bothriopsis bilineata (WIED, 1825) - Jararaca Verde, pertence a família Viperidae, ordem Squamata e classe Reptilia. É uma serpente arborícola, são encontradas na região Amazônica e em algumas áreas ao Leste do Brasil.
Por ser um viperídeo, é uma serpente venenosa, como nossa jararaca aqui do cerrado. Alimenta-se de ratos, lagardos e anfíbios. Como todos os viperídeos deve-se evitar manusear esse animal. Se necessário o manuseio de serpentes peçonhentas, deve ser feio por pessoas experientes e com material adequado, tanto pela saúde do animal e também de quem estar manuseando.


Referências Bibliográficas:

http://www.sbherpetologia.org.br/checklist/repteis.htm - Acessado em 01/08/2011 às 18h42.

TURCI, L. C. B.; ALBUQUERQUE, S.; BERNARDE, P. S. & MIRANDA, D. B. 2009. Uso do hábitat, atividade e comportamento de Bothriopsis bilineatus e de Bothrops atrox (Serpentes: Viperidae) na floresta do Rio Moa, Acre, Brasil. Biota Neotropica 9(3):197-206.

BERNARDE, P. S.; COSTA, H. C.; MACHADO, R. A. & SÃO PEDRO, V. A. 2011. Bothriopsis bilineata bilineata (Wied, 1821) (Serpentes: Viperidae): New records in the states of Amazonas, Mato Grosso and Rondônia, northern Brazil. Check List 7(3):343-347.








Imagens: http://noroestebiologico.blogspot.com/2011/08/jararaca-verde-bothriopsis-bilineata.html - (Tema da pesquisa: Bothriopsis bilineata).

sexta-feira, 29 de julho de 2011

MONTAGEM DE ESQUELETO

Por; Emmanuel Nicodemos
29/07/2011

Montagem de Esqueleto, uma arte da ciência

A montagem de esqueleto é uma técnica de preparação de ossos de animas, assumindo a forma anatômica real da espécie. Esta técnica requer além de conhecimento anatômico e fisiológico do animal como também conhecimento do seu hábitat. A técnica visa aproveitar ao máximo as características reais do animal com o meio onde vive, por exemplo, galhos, pedras, etc.
Existem maneiras diferente de se montar esqueleto, mas no meu ponto de vista a melhor forma é a que se pega o animal ainda com vida ou com óbito recente (sem deformações por putrefação), pois têm-se a possibilidade de retirar as víceras, podendo assim também aproveitar e conservar esse material. Após retirar as víceras, retira-se com o auxílio de um bisturi toda a pele. Depois da retirada da pele, retira-se com cuidado os excessos de carne, depois de retirados os excessos, cozinha-se o animal para facilitar a retirada da carne, assim retira-se o máximo de carne possível. Após esse processo, deixa-se o espécime dormir na água oxigenada, após umas 12 ou 15 horas retira-se da água oxigenada, e retira-se o restante dos excessos, como resquíços de carne entre as costelas. Utiliza-se um pedaço de esopor compatível com o tamanho do espécime e deixa-se as peças secarem já na posição real da montagem. Após 12h aproximadamente, monta-se as peças que secaram separadas e a colagem é feita com cola super-bonder.

Existem outras técnicas de montagem de esqueleto, porém está é mais fácil de trabalhar, pois os ossos das vértebras por exemplo não se separam. Em outras técnicas pode ocorrer que todoss ossos se separem, o que torna a montagem muito mais difícil, mais não impossível.

Fotos Boa constrictor constrictor (Jibóia)











 




Fotos: Emmanuel Nicodemos